How to take smart notes - Resenha crítica - Sönke Ahrens
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How to take smart notes - resenha crítica

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Produtividade & Gestão do Tempo

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 154-28-6650-2

Editora: Kathy Drouin-Keith

Resenha crítica

A escrita não é o resultado do pensamento, mas a sua forma de manifestação

Esse é o primeiro princípio explicitado pelo autor. Aliás, ao longo deste microbook, apresentaremos as diretrizes fundamentais de Ahrens. A escrita não começa quando nos sentamos para redigir um parágrafo após o outro em uma tela ou página. 

Na realidade, esse processo inicia-se muito antes, à medida que tomamos notas sobre artigos ou livros que lemos, podcasts ou microbooks que ouvimos e as conversas interessantes e experiências de vida que temos.

Esses registros se condensam como um subproduto das leituras que fazemos. Mesmo que você não pretenda desenvolver uma grande teoria, será necessário encontrar uma forma de organizar os pensamentos e compreender as informações que consome.

Se deseja aprender e lembrar de algum conteúdo, é preciso anotá-lo. Caso deseje entender uma determinada ideia, terá que traduzi-la em suas próprias palavras. Ora, se temos de escrever isso de qualquer maneira, por que não utilizar essa necessidade para construir recursos a serem usados em futuras publicações?

O autor argumenta que o ato de escrever não se resume a proclamar opiniões plenamente formadas: ele deve servir para desenvolver conceitos que merecem ser compartilhados.

Escrever é a única atividade que realmente importa

O segundo princípio de Ahrens aprofunda o anterior: você deve trabalhar como se escrever fosse a única coisa que importasse. No mundo científico, por exemplo, quase todas as pesquisas visam a uma eventual publicação. Dito de outra forma, não há conhecimentos privados, de modo que uma ideia mantida em sigilo não tem valor algum.

O objetivo das pesquisas científicas, portanto, é a produção de conhecimentos de acesso público, que podem ser examinados e testados. Para que isso aconteça, ele deve estar escrito.

Essa regra exige que ampliemos a noção de “publicação” para além do sentido estrito. Poucas pessoas publicarão os seus trabalhos em uma revista acadêmica ou mesmo em um blog.

Porém, tudo o que escrevemos e compartilhamos com terceiros é válido, sejam anotações mostradas a um amigo, lições de casa que enviamos a um professor, e-mail que redigimos para nossos colegas ou apresentações que entregamos a clientes.

Ninguém nunca começa do zero

Um dos mitos mais prejudiciais sobre a criatividade consiste na crença, mais ou menos difundida, de que ela surge do nada. A página em branco, a tela vazia: nossas motivações artísticas românticas e universais parecem sugerir que “começar do zero” é a essência da criatividade.

Essa falsa noção é reforçada pelo ensino tradicional da escrita: somos instruídos a “escolher um tópico”, como um primeiro passo necessário. Depois, devemos realizar pesquisas, discutir e analisar o assunto para, finalmente, chegar a uma conclusão.

Mas, como você pode decidir sobre um tema importante sem, primeiramente, ler a respeito? É preciso, segundo o autor, “mergulhar na pesquisa” antes mesmo de saber como formular uma boa pergunta.

Aliás, a própria decisão de selecionar uma questão em detrimento de outra também não se ampara no vazio. Geralmente, ela é a consequência de um interesse preexistente. De fato, todo esforço intelectual parte das preferências e interesses pessoais.

Priorize o fluxo de trabalho

Embora o processo de escrita não seja linear, isso não significa que devemos fazê-lo ao acaso. Precisamos de um fluxo de trabalho, ou seja, um processo replicável para coletar, organizar e compartilhar ideias.

Infelizmente, a escrita é frequentemente ensinada como uma coleção de “dicas e truques”. Muitos “professores” recomendam fazer um brainstorming de ideias, um esboço, uma estrutura prévia de três parágrafos, a repetição dos pontos principais, a utilização de exemplos práticos, a definição de um cronograma etc.

Cada uma dessas orientações pode fazer sentido isoladamente, porém, sem a perspectiva holística de como elas se encaixam, geram mais trabalho do que resultados. Isto é, cada técnica adicional torna-se um projeto singular, sem converter-se em uma disposição coesa.

De acordo com Ahrens, ao abrir mão do fluxo de trabalho, toda essa confusão de técnicas “desmorona sob seu próprio peso”. A sua escrita terá sentido apenas quando todas as atividades se tornarem parte de um processo integrado.

A padronização fomenta a criatividade

Muitas pessoas ainda fazem anotações de modo aleatório e ocasional. Assim, ao encontrarem uma frase bonita, a sublinham. Outras, quando desejam fazer um comentário, escrevem-no nas margens das páginas (digitais ou em papel).

Sempre que têm uma boa ideia, a escrevem no caderno que estiver à mão. Ao ler um artigo que consideram relevante, alguns fazem o esforço de “copiar e colar” algum trecho.

Para o autor, esses procedimentos nos deixam com tipos diferentes de notas em muitos lugares distintos. Isso significa que, no momento de produzir um texto, é necessário realizar um grande empenho para coletar e organizar todas essas informações espalhadas.

Ahrens sugere que, em vez de criar formas de fazer anotações para cada fonte que lê, você deve utilizar um formato completamente padronizado. Não importa o conteúdo dos registros, o ideal é tratar cada um deles do mesmo modo.

Essa sistematização permite que uma “massa crítica” se acumule em um só local. Sem um formato padrão, você desperdiçará um tempo precioso na superação de eventuais inconsistências, bloqueando a sua criatividade.

Agora que chegamos na metade da leitura, abordaremos alguns dos elementos mais importantes para escritores (acadêmicos ou não), tais como a importância de obter feedbacks regulares e da atuação em vários projetos simultâneos, dentre outros.

A importância do feedback

O fluxo de trabalho é semelhante a uma reação química: pode se alimentar de si mesmo, tornando-se um ciclo virtuoso no qual a experiência positiva de entender um texto nos motiva a assumir a próxima tarefa. Desse modo, aprimoramos as nossas atividades.

Afinal, não há nada mais encorajador do que sermos bons naquilo que fazemos, não é mesmo? Para que isso ocorra, no entanto, é importante expor intencionalmente o nosso trabalho a feedbacks de alta qualidade.

Há muitas formas de obtermos essas respostas, tanto interna quanto externamente: de colegas, professores, mídias sociais e, ainda, da releitura de nossa escrita. Contudo, as notas representam um feedback que estará sempre disponível quando você precisar.

Além disso, é o melhor método de otimizar as suas habilidades de pensamento e comunicação várias vezes por dia. Tenha em mente que você nunca dominará um conceito até ser capaz de colocá-lo, por escrito, em suas próprias palavras.

Trabalhe em projetos simultâneos

Ao manter vários projetos (e, consequentemente, interesses) simultâneos, todo o potencial do seu sistema de pensamento pode se realizar. Pense na última vez que você leu um livro.

Talvez, você o tenha feito devido a um determinado propósito, como se familiarizar com algum assunto relevante ou encontrar sugestões para um projeto no qual está trabalhando.

Quais são as chances de que a obra em questão trate exclusivamente dos temas que você procura? Em termos práticos, sempre nos deparamos com um fluxo constante de novas ideias, porém, somente uma pequena fração delas será efetivamente útil para nós a qualquer momento.

Como ler é a única maneira de descobrir quais ideias um livro contém, você poderá, também, ler e fazer anotações de modo produtivo. Invista um pouco de seu tempo para registrar as melhores informações (mesmo que ainda não saiba como utilizá-las) aumentará muito as chances de “tropeçar” nelas no futuro. 

Não organize as suas anotações por tópicos

Após sistematizar as anotações de todas as suas leituras, o desafio é organizá-las. Um dos erros mais comuns nesse estágio, segundo o autor, é organizar as notas em tópicos e subtópicos cada vez mais específicos.

Embora isso torne a compilação aparentemente menos complexa, o volume coletado se torna, em pouco tempo, esmagador. Quanto mais notas se acumulam, tanto menores e mais detalhados os subtópicos se tornam, limitando a sua capacidade de estabelecer conexões significativas entre eles.

Com essa abordagem, os seus registros ficam inúteis e menos acessíveis. Por isso, organize as suas anotações por contexto, definindo em quais circunstâncias cada um deles poderá ser empregado.

Em outras palavras, em vez de arquivar de acordo com a origem da fonte (livro, artigo científico, postagem nas redes sociais, blogposts etc.), você deve armazenar as suas notas tendo em vista o contexto de sua futura utilização.

O seu campo de atuação deve ser o mais interessante aos seus olhos

Ahrens observa que, na maioria dos casos, os estudantes fracassam não por falta de habilidade, mas porque perdem a conexão pessoal com o que estão aprendendo. Quando os alunos não encontram sentido no que estão aprendendo, os déficits de aprendizagem são inevitáveis.

É por isso que devemos gastar o máximo de tempo trabalhando em campos que achamos interessantes. Fique tranquilo: dedicar-se exclusivamente ao que você gosta não implica em ser relapso ou permissivo. Na realidade, é um aspecto essencial para assegurar que o seu trabalho seja bem-sucedido.

Esse conselho pode parecer contraditório, pois somos ensinados a planejarmos os nossos estudos, antecipando, tanto quanto possível, todos os detalhes. Todavia, o êxito não pode ser mensurado pelo cumprimento de cronogramas. Pelo contrário, quando nos apegamos a programações rígidas, o mais provável é que nossas motivações e interesses sejam suprimidos. 

Armazene ideias contraditórias

Implementar as dicas do autor nos levará, naturalmente, a armazenar ideias contraditórias ou paradoxais. É mais fácil desenvolver uma argumentação a partir de uma discussão animada de prós e contras do que se basear em uma ladainha de raciocínios e citações em que só um lado expõe suas opiniões.

O único critério para decidir o que deve ser registrado consiste em averiguar se a informação se conecta às ideias existentes e contribui para o desenvolvimento do seu texto.

De fato, quando focamos em conexões amplas, ideias conflitantes são muito valiosas. Frequentemente, elas levantam questionamentos inesperados, abrindo novos caminhos de investigação. O autor enfatiza que a experiência de ter um dado que muda completamente o seu ponto de vista é emocionante.

O verdadeiro inimigo do pensamento independente não é qualquer autoridade externa, mas a nossa própria inércia. Assim, precisamos encontrar formas práticas de neutralizar o “viés de confirmação”: a tendência (mais ou menos natural) de considerar apenas as informações que confirmam aquilo que já acreditamos ser verdadeiro.

Notas finais

Em última análise, os aprendizados que você acumular não devem, segundo o autor, funcionar de modo bancário. Isso significa que os conhecimentos não devem ser confundidos a um mero acréscimo de novas informações.

Trata-se, antes, de modificar a própria postura a partir de uma nova forma de pensar. Um dos aspectos mais interessantes da abordagem de Ahrens reside, justamente, na possibilidade de desenvolver, conscientemente, novas conexões neurais tendo a escrita como uma ferramenta para o crescimento pessoal.

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Quem escreveu o livro?

Além de escritor, Sönke Ahrens é pesquisador no campo da Educação, doutor... (Leia mais)

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